Steven Ward, do PopMatters, entrevistou recentemente o renomado jornalista de rock britânico Mick Wall sobre seu livro recentemente lançado "Metallica: Enter Night - The Biography" ("Metallica: Entre a Noite – A biografia" em tradução livre). Seguem alguns trechos da conversa.
PopMatters:  Você faz observações sutis no livro de que o Cliff Burton, não gostaria do fato da banda seguir em frente tão rapidamente  com sua substituição. Acho que você goza o Kirk Hammett quando ele diz a você numa entrevista  que o Cliff iria querer que fosse assim. Mas durante uma das últimas  entrevistas com o Cliff, ele não fala sobre a hipótese da morte de Lars Ulrich,  e então diz que a banda deveria seguir em frente e  continuar?
Wall: Não creio que minhas  afirmações tenham sido sutis, na realidade. Creio que o que eu digo é  evidente. A banda não seguiu em frente porque "o Cliff iria querer que  fosse assim", que foi o que eles disseram na época. Eles fizeram assim  porque o que mais poderiam fazer? Caras como o Lars e o James Hetfield,   que começaram a banda antes do Cliff entrar nela com certeza não iriam  jogar a toalha justo quando a carreira deles estava realmente decolando,  mesmo apesar de amarem o Cliff.
PopMatters: Assim como na questão do Cliff, você acha que o METALLICA  teria tido tanto sucesso se tivessem mantido o Dave Mustaine na banda?
Wall: Acho que o fato do Dave Mustaine ter sido demitido permitiu que o METALLICA  se tornasse muito mais focado. Permitiu que o mesmo acontecesse com o  Dave por diferentes razões. O resultado foram duas bandas incríveis,  ambas de enorme sucesso.
PopMatters: Houve outros livros sobre o METALLICA,  inclusive um muito bom do redator da Metal Hammer Joel McIver. Você  escreveu o livro porque achou que era o momento de alguém fazer uma  biografia mais compreensível que não fosse tão baseada nos fãs?  Obviamente você não conseguiria escrever esse livro se fosse autorizado  pela banda, correto?
Wall: Eu não escrevi o livro para  fãs e não o escrevi para a banda. Eu o escrevi como escrevo todos meus  livros – para aqueles que gostam de bons livros. A história do METALLICA é fascinante. Melhor do que ficção. Senti que era tempo de uma biografia literária apropriada que fosse escrita por adultos.
PopMatters:  Fiquei surpreso ao saber de curiosidades da banda em seu livro – James  foi frontman de uma banda glam de L.A. sem se esconder atrás de uma  guitarra (eu não consigo imaginar isso); a banda escutar PETER GABRIEL e  THE POLICE no ônibus de turnê (não é coisa de metaleiro); e, a maior de  todas, o Lars ser um baterista tão ruim e ter aulas até a época do  "Master Of Puppets". Teve algo que lhe surpreendeu na suas pesquisas?
Wall:  Na verdade não. Você tem de compreender que eu os conheci quando eles  eram meninos, há quase 30 anos atrás. A amplitude dos interesses  musicais deles não me surpreendeu nem um pouco. É uma das principais  razões pelas quais eles não se tornaram um SLAYER ou IRON MAIDEN.  Num todo, entretanto, tudo sobre a história me surpreendeu. A principal  coisa do meu livro é absolutamente não repetir o que todos já disseram.  Realmente pensar nas coisas. Conversar com aqueles que estiveram lá,  ajudando-os a tomar suas decisões, descobrir o que realmente estava se  passando, não o que os escritores fãs contam que aconteceu. Tudo está  nas nuances. Eles tem de contar sua própria história e como autor você  tem de prestar atenção e estudá-las mesmo quando elas a princípio não  parecem fazer sentido para você.
 
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